segunda-feira, 31 de julho de 2006

O politicamente correto é moralmente inaceitável!

Post grande. Inspiração dá nisso...

"E agora me vem esse Cirque du Soleil. Com entradas a preços escorchantes e o que é pior: com o patrocínio da Petrobrás subsidiando os abonados na compra do ingresso. E o que é o Cirque du Soleil? Tem feras? Não! Tem cristão imolado por leões ferozes? Não! Tem gladiadores? Engolidores de espada? Mulheres barbadas? Não, não e não! O Cirque du Soleil é mais um representante deste inferno que são estes tempos do politicamente correto. Os bichos não podem ser maltratados! Ninguém desafia a morte! É o circo da veadagem onde um bando de bichas afrescalhadas se contorce em pedaços de pano ou faz malabarismos com origamis ou chumaços de algodão. Os palhaços são todos fofos e fazem... pasmem!!! Fazem mímica!!!! (...)

No Cirque du Soleil tudo é muito plástico, muito estético e... arghhhh!!!!!! politicamente correto. Perigo? Nenhum.

(...) Fora com esse picadeiro de mentira!"

O texto acima é do "casseta" Marcelo Madureira e foi retirado do Blog dos Cassetas.

À parte a opinião acerca do Cirque du Soleil (Fabão gosta e recomenda...), concordo plenamente quando o Marcelo critica o "politicamente correto", que é um eufemismo para hipocrisia, essa aberração purulenta que insiste em rondar as relações sociais.

Há 20 anos, todos falavam (não na mídia, mas no dia-a-dia) em "aleijados", em vez de "deficiente físico". Agora nem "deficiente físico" pode, nem mesmo o ainda pior "portador de deficiência". O aleijado, o cego, o surdo, o débil mental, todos viraram "portadores de necessidades especiais". Os negros são "afro-descendentes"... Daqui a pouco o Hermeto não vai poder dizer que é "albino".

Esquecem os idiotas que criam esses rótulos que, da mesma forma que ninguém porta sua deficiência como se fosse um estandarte, também não existe pessoa que porte uma necessidade, especial ou comum, as pessoas simplesmente têm necessidades, elas necessitam.

Interessante que os cegos preferem ser chamados mesmo de cegos, os surdos de surdos, e não vêem problemas nisso. Os deficientes físicos (eu falo deficiente físico mesmo, ué...) é que não tem muita saída, afinal, "aleijado" ninguém merece!
No caso das pessoas com alguma deficiência mental (os médicos falam mesmo em retardo, ou retardamento, mas "retardado" também não dá!), o problema é a família, que resolveu que eles são "especiais", o que é bem melhor que o "mongolóide" de uns anos atrás, mas ainda é "excepcional". Especial eu também sou sem nenhum problema mental mais sério...

Mas as pessoas inventam essas denominações só para botar panos quentes, porque enfrentar a realidade (que o sentimento de muita gente que fala nos "portadores de necessidades especiais" é a mesma pena que tinham os que falavam nos "ceguinhos" ou nos "aleijadinhos", e o preconceito contra os afro-descendentes é o mesmo que sempre houve contra os negros, pretos, morenos ou escurinhos) ninguém quer.

Tomara que a gente possa ensinar aos nossos filhos a dignidade do ser humano, independente de portar necessidades (todos portamos), ou ser deficiente (todos somos de um jeito ou de outro), ou ser cego, surdo, mudo, branco, amarelo, preto, rosa ou flicts! Se assim fosse desde sempre, não existiria a hipocrisia do politicamente correto.

Abraços e até a próxima!

sexta-feira, 28 de julho de 2006

Poesia

Bem, hoje após o café meu pai e eu conversamos sobre verbos impessoais, ele disse que ferver é impessoal, e eu disse que não é, ao menos metaforicamente ou figurativamente...

Seja como for, a gramática é como a Matrix, algumas regras podem ser quebradas e as restantes podem ser contornadas. ;-)

Assim, saiu isso aí:

Ainda que os gramáticos
insistam em tolher-me,
eu chovo.