quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Direito de matar? - Dom Sinésio Bohn

Abaixo vai um artigo (ou trecho) de Dom Sinésio Bohn, retirado do site da CNBB (http://www.cnbb.org.br) e postado no site Pastoralis (http://www.pastoralis.com.br), de onde retirei. O artigo está entre aspas, e meus comentários pessoais vêm depois em itálico.

"O que entristece é que sempre de novo surgem iniciativas para legalizar a matança das crianças antes de elas nascerem. Está na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara de Deputados o Substitutivo ao Projeto de Lei Nº 1.135/91, de autoria da Deputada carioca Jandira Feghali (PCdoB). Diz o artigo primeiro: “Toda mulher tem o direito à interrupção voluntária de sua gravidez, realizada por médico”. É bom notar: matar a criança é direito de toda mulher.

Existe por parte de parlamentares a preocupação com a saúde da mulher. Isto é justo e louvável. A moral clássica já afirmava que, se a mãe está em perigo de vida e se o tratamento tem como conseqüência a morte da criança, é questão de duplo efeito. Isto é, o objetivo visado é a vida da mãe e não a morte da criança. Não é disto que se trata aqui.

O projeto de Jandira dá “a toda mulher o direito” de matar o nascituro, mulher ou homem. Parece incrível, mas é verdade. E mais: é chocante.

Trata-se do direito de eliminar o ser humano mais indefeso e inocente. É a negação do direito humano mais fundamental: ver preservada a vida do começo de sua existência até a morte natural.

Nós temos legisladores de boa formação, católicos e não-católicos. Esperamos deles a proteção aos direitos humanos fundamentais em nosso país.

O povo brasileiro crê em Deus, é bondoso e criativo. Será que nós não conseguimos nos organizar socialmente sem eliminar os mais fracos?

Na liturgia das horas (quarta-feira, Laudes) temos a linda antífona: “Fazei-me sentir vosso amor desde cedo”. Se queremos um povo feliz, harmonioso e solidário, acolhamos nossas crianças assim: “Desde o seio materno sintam o nosso amor”.

Foi maravilhoso quando nasceu o primeiro filho de um casal amigo. Com a mãe trabalhava uma senhora, de modo que as duas se comunicavam bastante. A surpresa foi que o pequeno ia no colo da senhora com a mesma espontaneidade com que ficava no colo da mãe. Diante da minha admiração, a mãe explicou: “Ele está acostumado às nossas vozes bem antes de nascer”.

Dom Sinésio Bohn
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)"


Não vou entrar em polêmicas como o caso de aborto por estupro, mas ter "o direito à interrupção voluntária de sua gravidez" é, antes de tudo, ir contra a natureza!
Não existem plantas por aí cuspindo sementes antes da hora, nem animais voluntariamente expelindo seus filhotes antes do período de gestação. Se acontece é por doença, influências externas (lutas, esforço demasiado...) ou algo que foge ao curso natural das coisas.
E o ser humnano (como sempre) quer porque quer mandar na natureza e fazer as coisas de outro jeito, sem pensar nas conseqüências. Porque o Substitutivo ao Projeto de Lei Nº 1.135/91 é geral, e dá a toda mulher a opção de abortar, é só querer.
Mas as mesmas pessoas (homens e mulheres) que apóiam o aborto, criticam a Igreja Católica por não aceitar os métodos contraceptivos. Não sabem que a Igreja é a favor de todos os métodos naturais de contracepção, que funcionam realmente, por mais que a "indústria do sexo livre" diga que não.
Como diria um amigo meu: o único método contraceptivo 100% eficaz é o do grão de arroz... Você põe um grão de arroz entre as pernas, fica segurando-o com os joelhos e não pode deixar cair!"
Um parêntese elucidativo: Uma pessoa que eu conheço (mulher), em conversa com colegas de trabalho (mulheres) em que uma delas disse que ia parar de tomar anticoncepcional porque estava lhe fazendo mal, disse que não tomava anticoncepcional, e, perguntada pelas pessoas como ela fazia, ela disse que evitava ter relações sexuais. Esse simples declaração gerou diversas exclamações de surpresa e posicionamentos do tipo: "Isso não dá pra fazer!"
Mas a sociedade que se escandaliza com a abstinência e a virgindade acha normal matar crianças que não podem se defender. Algo me diz que isso não está muito certo...

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