domingo, 4 de setembro de 2005

Felicidade x Álcool

Eu sou contra bebidas alcoólicas. Radical mesmo. Já experimentei várias bebidas diferentes e nunca gostei de nenhuma, e sempre achei o “comportamento alcoólico” de algumas pessoas (a maioria, na verdade...) exagerado nos churrascos e festas.
Como nunca bebo nem nas ocasiões festivas (no Ano-Novo eu brindo com refrigerante!), já fui pressionado de todas as formas:
“- Você devia tomar ao menos um pouquinho para brindar...”
“- Mas tomar cerveja é só pelo social, ninguém gosta muito mesmo...” (!!!)
“- Ah, se o Fabão nunca ficou bêbado a gente tem que providenciar isso!”
Mas o pior são as pessoas acharem estranho eu dizer que não gostaria que tivesse bebida alcoólica no meu casamento. Nem a champanhe do brinde... (Já andei conversando com minha namorada a respeito... Por falar nisso, preciso postar algo sobre casamentos...)
Então vamos esclarecer umas coisas:
1) Respeito mútuo é um princípio básico da convivência humana. Eu respeito sua escolha de beber a “sua cervejinha”? Então respeite minha decisão de não beber nem uma gota! Poucas coisas me irritam mais que aquelas pessoas que ficam insistindo pra eu experimentar. Eu não bebo, não há porque ficar repetindo isso. Entenda e me deixe em paz.
2) Eu não tenho preconceito, a questão é que eu vejo as pessoas se embebedarem, e permaneço sóbrio. Isso me faz ver o quanto as pessoas (a maioria) são chatas quando estão bêbadas e também que é difícil ver alguém que sabe se controlar (eu só vi bebidas alcoólicas sem gente bêbada por perto nas festas da minha família. E só! E sei que é exceção! Até nas festas da igreja tem sempre um descontrolado). Ou alguém vai negar que “Vira, vira, vira, virou!!!!!” é um estímulo ao alcoolismo? Afinal, se alguém ficasse por aí disputando quem injeta mais cocaína todo mundo ia falar que é loucura, mas com álcool pode? Como assim? Isso nos leva ao próximo tópico...
3) Álcool é droga! Remédio também é, mas é por isso que só os médicos podem receitar, e tem quantidade certa para ingerir. O problema é que, além de ser uma droga lícita, o álcool é aceito socialmente. E é bem visto na sociedade! Pois pra mim (me perdoem os adeptos do “vira, vira, vira...) quem diz que churrasco sem cerveja não é a mesma coisa já está com um pé na dependência. Quem acha estranho que eu não queira bebida alcoólica no meu casamento (com minha promitente esposa...) devia rever sua postura. Além do mais, se alguém der vexame alcoólico no meu casamento, eu ponho pra fora pessoalmente. Sem remorso.
Resumindo, seu beberrão. Beba, mas pare antes de perder o controle. E reveja seu conceito de perder o controle, porque eu já vi gente que nem se agüentava em pé querer ir dirigindo pra casa, sob a alegação ridícula de que “estou bêbado mas estou bem”. (!!!?!?) E não insista com seus amigos não-alcoólicos, eles não merecem isso.
Pra finalizar, deixo um trecho do livro “A conquista da Felicidade”, do filósofo Bertrand Russell: “Supomos que a bebida e a troca de beijos são as portas de entrada da alegria, e, assim, todos se embriagam rapidamente procurando ainda não perceber o quanto lhe desgostam seus acompanhantes.”

4 comentários:

Anônimo disse...

Bão! Resolveu ressucitar a bodega?! =)

Eu concordo (talvez não com todos os detalhes, mas concordo). Sem querer fazer piadinha infame, mas vamos colocar um pouco de sensatez no "beber socialmente" (hehe)

- Eu bebo, não muito, mas bebo. Gosto de cerveja, não é pelo social porque não sou de esquerda, gosto do gosto (meu pai gosta do gosto de jiló com gergelim no pão e nem por isso é muito esquisito). Experimento cervejas e vinhos diferentes como um somellier frustrado por puro gosto, e não porque têm álcool; o álcool vem de "brinde" de mal-gosto (sem trocadilho também).

- Respeito mútuo é o que há.

- Tendo em vista o ponto acima, pressão para beber (ou para qualquer outra coisa), mesmo para quem já está acostumado com bebida, é deprimente.

- Álcool é droga. Cafeína também é droga, e dar café para quem nunca tomou é tão prejudicial quanto fazê-lo com álcool. De novo pelo respeito mútuo e as tolerâncias fisiológicas das pessoas, fazer isso é deprimente. Como não vivemos num mundo cor-de-rosa, é preferível pecar pelo excesso de zelo do que pela falta.

- Tenho um porém quanto ao que você disse sobre champanhe no casamento: é uma bebida tradicionalmente festiva, invoca a festa, é bonita visualmente, tem gosto bom. Nada disso envolve o álcool, que mais uma vez é um encargo a mais para a ocasião. Talvez o champanhe seria ideal se não tivesse álcool. Talvez seria bom para a festa - e ia uma sugestão - providenciar pouco champanhe, só pro brinde. Valoriza-se a imagem, o significado da coisa, sem abrir espaço pro exagero.

Abração!

Fabão disse...

Fala, Pedrão. O lance é que eu não gosto de champanhe. Acho ruim pra caramba. Aí não faz sentido beber uma coisa que eu não gosto para comemorar um acontecimento bom (casamento, ano novo...), e também não faz nenhum sentido tirar foto com champanhe se eu não vou beber.
Bjo!

Paulo Santos disse...

Fabão, cara, nem sabai que tu tinha esse blog. Alias, num sei mais nada da sua vida!!!

Cara, esse assunto é ótimo!

Primeiro: não sou radical como vc. Acho bebida uma coisa legal, e algumas são até gostosas, como vinho tinto. Gosto do queimado do álcool. Já tomei cerveja, acho ruim.

Mas o que eu realmente acho uma bosta é o CULTO à bebida alcoólica. Tipo "po, que absurdo, tu vem prum bar pra pedir coca-cola?". Isso, dito como uma brincadeira inocente e sem enhum tipo de pressão por parte da pessoa que bebe, já é uma pita pressão social, pq a tal pessoa REPAROU que vc estava bebendo coca, e de alguma forma SE INCOMODOU com isso (senão não teria soltado a brincadeira... isso é papo pra outr adiscussão).

Isso é muito chato!

Outra coisa chatissima é: gente que bebe de verdade NUNCA bebe sozinha. Se tem uma mesa com 4 pessoas, 3 delas não bebem, essa que bebe tb não vai beber, nem que as proprias pessoas ofereçam a ela a bebida (tipo "ué, fulano, e a cerveja, num vai tomar não?)

PQ???

Beber por causa do gosto é básico, pra mim é lógico.

Beber pra fins sociais é ridículo.

Beber pra se utilizar dos efeitos do álcool como uma droga (pra ficar mais alegrinho no boteco) é se entregar ao conformismo de uma vida ridícula em que vc precisa de cerveja pra rir mais fácil.

Isso é foda.

Sou muito a favor de "beba pq vc gosta do gosto", e não "beba para seguir a tradição cultural criada sobre a bebida alcoólica".

Um abraço, fio!

Fabão disse...

Cara, o Paulão!!!! Pra quem não sabe, o Paulão é o "grande maestro Ricardo de Carvalho". Entrem no blog dele aí também!!! Muito bom "ver" você por aqui, meu amigo!